Se eu desse um looping ao redor da Terra, provavelmente chegaria ao mesmo ponto como o grafite de um compasso. Talvez nem me desse conta do trajeto, da perfeição ou das irregularidades do meu traço. Mas saberia do meu destino quando chegasse à origem de minha saída. Saberia que ali terminaria minha jornada. Talvez chegasse velho, desgastado, e fosse trocado por um risco mais afiado e mais novo que eu.
Grosso como carvão, mas com potencial para diamante. Será que veriam assim?
E para mim: será que me bastaria assim?
É! Tem gente que faz pouco da vida; e, na vida, muito pouco.
Um dia Janete declarou que a maior vontade dela era cavar um buraco na terra, fundo, grande, tão fundo que chegaria ao Japão. Viveria tudo de cabeça pra baixo. Quiçá tivesse que aprender a andar plantando bananeiras e a falar português de trás para frente. E quando retruquei ela disse:
- Ia nada, não senhor! Já pensou se eu tivesse que voltar pro Brasil depois de um tempo lá, e ter que aprender tudo de novo?
- De duas, uma: ou voltava e, provavelmente, não teria mais o seu emprego de volta, ou aprenderia tanto na sua ida que chegaria cheia de novidades e novas vivências de suas andanças.
- É, sim, senhor! Minhas marcas eu ia deixar.
- E por que não vai, então, ao seu Japão?
- Qual nada! Vai que só consigo cavar uns sete palmos... a viagem ia ser pra mais longe do que o planejado!, e sorriu.
Juro por Deus: nunca entendi o porquê de Janete ser, sempre, tão risonha, mesmo pensando tão pequeno!
Grosso como carvão, mas com potencial para diamante. Será que veriam assim?
E para mim: será que me bastaria assim?
É! Tem gente que faz pouco da vida; e, na vida, muito pouco.
Um dia Janete declarou que a maior vontade dela era cavar um buraco na terra, fundo, grande, tão fundo que chegaria ao Japão. Viveria tudo de cabeça pra baixo. Quiçá tivesse que aprender a andar plantando bananeiras e a falar português de trás para frente. E quando retruquei ela disse:
- Ia nada, não senhor! Já pensou se eu tivesse que voltar pro Brasil depois de um tempo lá, e ter que aprender tudo de novo?
- De duas, uma: ou voltava e, provavelmente, não teria mais o seu emprego de volta, ou aprenderia tanto na sua ida que chegaria cheia de novidades e novas vivências de suas andanças.
- É, sim, senhor! Minhas marcas eu ia deixar.
- E por que não vai, então, ao seu Japão?
- Qual nada! Vai que só consigo cavar uns sete palmos... a viagem ia ser pra mais longe do que o planejado!, e sorriu.
Juro por Deus: nunca entendi o porquê de Janete ser, sempre, tão risonha, mesmo pensando tão pequeno!
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